🤖🤝Entre Códigos e Abraços: o RH na Era da Inteligência Artificial
📄 714 palavras • 🕒 4-5 min de leitura
A Inteligência Artificial pode calcular tudo. Menos o que nos torna humanos.
Em uma manhã qualquer, enquanto um algoritmo ajusta automaticamente a folha de pagamento, um chatbot envia um lembrete de onboarding e um painel exibe alertas sobre risco de turnover, uma pergunta ecoa no silêncio das salas de Recursos Humanos: onde está o humano nisso tudo?
Vivemos a era da Inteligência Artificial. As planilhas ganharam vida, os processos ganharam velocidade, e as decisões, agora, têm como conselheiros estatísticas preditivas. O RH, antes construído sobre café, conversa e confiança, agora é também mediado por dashboards, scripts automatizados e análises de comportamento em tempo real. Mas à medida que a tecnologia avança, é impossível não sentir um leve desconforto no ar: será que estamos ficando mais eficientes ou apenas mais distantes?
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Foto de Brett Jordan na Unsplash |
Por outro lado, em sociedades mais voltadas à performance, como os países nórdicos ou algumas nações asiáticas, a automação é lida como sinal de respeito ao tempo do colaborador. Processos digitais são bem-vindos, desde que claros, rápidos e eficientes. A ausência do contato humano não necessariamente fere o cuidado — porque o cuidado, ali, está na estrutura que funciona sem ruídos. Entretanto, mesmo nessas culturas, a existência de um ser humano cria um vínculo de confiança.
Eis o impasse: como equilibrar universos tão distintos em uma gestão global? Como não olhar para esses dois aspectos culturais como uma dicotomia, em que uma cultura é superior ou inferior à outra?
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Foto de charlesdeluvio na Unsplash |
Empresas que conseguirem orquestrar essa sinfonia entre eficiência e empatia sairão na frente. Elas entenderão que, mesmo no ambiente corporativo mais automatizado, as pessoas ainda precisam se sentir vistas. Um feedback pode ser iniciado por inteligência artificial, mas só ganha valor real se for entregue com genuína escuta. Um onboarding digital pode ser funcional, mas será memorável se também for acolhedor.
O verdadeiro desafio do RH, hoje, não é a tecnologia. É não esquecer quem somos no meio dela. Porque por trás de cada dado existe uma história. Por trás de cada gráfico, uma trajetória de vida. Por trás de cada colaborador, alguém que precisa ser tratado como pessoa — não como métrica.
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