A Performance Corporativa: Você Mede Presença ou Resultado?
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O palco do escritório pode enganar: saiba identificar quem realmente entrega valor.
Em muitos escritórios, especialmente naqueles onde a "cultura" e a "prestação de contas" são palavras de ordem, surge um tipo de profissional que parece estar sempre no centro das atenções. Não estamos falando de quem realmente entrega, mas sim do artista da performance corporativa.
Essa pessoa sabe atuar como ninguém nos bastidores da empresa. Entra com sua caneca de café, transita pelos corredores com uma urgência calculada, participa de todas as reuniões e elogia projetos que nem sequer leu. Palavras como "sinergia" e "resiliência" estão sempre em seu vocabulário. Está sempre visível, sempre "engajado".
Enquanto isso, em algum canto, existe outro tipo de profissional. Mais discreto, talvez até com fones de ouvido e um semblante mais sério, ele está ocupado... entregando resultados. Planeja, executa, revisa — tudo em silêncio. Muitas vezes, essa postura pode ser confundida com "falta de colaboração".
É aí que surge um dilema comum para as lideranças, especialmente com o home office: "Como medir a produtividade se não vejo meu colaborador trabalhando?".
Essa frase, por si só, revela um apego ao teatro da presença. A crença de que trabalhar é sinônimo de ser visto, de estar ali, teclando alto, falando muito, com a câmera sempre ligada para uma intervenção "sagaz", ainda que vazia.
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Imagem gerada por IA |
Muitos líderes confundem atividade com produtividade, barulho com entrega, palco com bastidor. Não se trata de escolher entre o presencial e o remoto, mas de entender que estar visível não é o mesmo que gerar valor.
O performático prospera nesse tipo de ambiente. Ele domina o roteiro e atua com maestria. Já o profissional que entrega em silêncio, que prefere resolver a expor, acaba sendo visto como "desconectado".
Qual o resultado? Reuniões infinitas, prazos esticados e apresentações bonitas, mas vazias. O trabalho real, muitas vezes, é feito por aqueles que os gestores não veem — e, por isso, acabam subestimando.
É hora de mudar a forma de avaliar. Devemos medir a performance pela consistência das entregas, não pelo volume de palavras. Liderar não pelo carisma dos mais falantes, mas pela escuta ativa daqueles que têm algo importante a dizer.
Afinal, o show corporativo pode até gerar aplausos momentâneos. Mas são os resultados concretos que sustentam o sucesso de verdade.
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