🪷 Solitude não é solidão

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Solitude não é solidão.

A solitude é a dádiva de ficar sozinho. É uma escolha consciente. É apreciar a própria companhia, o próprio tempo, o próprio enredo — sendo protagonista da própria história. É decidir assistir a um filme sozinha, entrar em um restaurante sem alarde, se largar no sofá assistindo National Geographic, maratonar uma nova série, ler um livro com uma xícara de chá. Você e seu eu. Ninguém mais.

É manter a individualidade sem culpa. É cultivar a liberdade como um jardim só seu. É gostar de si não porque o mundo aplaude, mas porque você se reconhece inteira — sem lacunas a serem preenchidas por outro alguém.

A solidão, por sua vez, é a ausência. É o vazio não escolhido. É a angústia de desejar pertencer e não ser acolhida. De querer um lugar ao lado e encontrar uma cadeira vazia. De estar rodeada por pessoas e, ainda assim, sentir-se deslocada.

A solitude ensina desapego do “efeito grude”. Aquela necessidade quase ansiosa de estar sempre com o outro, como se o amor fosse uma fusão química permanente. Como se a sua existência dependesse exclusivamente daquela pessoa, como dependemos do ar.

Não, não existe “a nossa metade da laranja”. Existem duas pessoas, dois indivíduos com bagagens, medos, planos e sonhos. E que, por algum motivo — afinidade, química ou loucura — decidem caminhar juntos. Não para se completar, mas para se somar.

A solitude é o espaço onde o amor amadurece. Onde é possível olhar para o outro sem borrar a própria identidade. Onde o relacionamento vira equação:
1 + 1 = 3
O eu, o você e tudo aquilo que podemos construir juntos. Porque amor de verdade não anula, amplia.



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